sábado, 14 de maio de 2011

Brasil terá primeira escola com certificação sustentável

O colégio público Erich Walter, no RJ, está em processo final de auditoria para receber a certificação Leed Schools, que atesta a sustentabilidade de instituições de ensino em todo o mundo. A escola será a primeira do Brasil a receber o selo e servirá de modelo para outros 40 colégios do país. No mundo, há apenas 120 escolas certificadas, a maioria nos EUA

Fonte: Revista Sustentável

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Copo comestível feito de alga pode substituir descartáveis

Copo descartável, que gera lixo e demora centenas de anos para se decompor, ou copo de vidro, que constantemente precisa ser lavado com água e detergente? Em meio às discussões sobre a forma mais sustentável de consumir líquidos, o escritório de design norte-americano The Way We See The World desenvolveu um copo que pode, finalmente, encerrar esse debate: o Jelloware.

Feito de ágar-ágar, um tipo especial de gelatina de algas, o copo é comestível e, por isso, resolve todos os problemas relacionados à produção de lixo, desperdício de água e poluição, debatidos no consumo dos demais tipos de copo.

Coloridos e maleáveis, os Jellowares são fabricados em três versões – limão e manjericão, gengibre e hortelã e alecrim e beterraba –, dando ao consumidor a chance de escolher o sabor que melhor combina com a sua bebida.

O produto só requer dois cuidados: se não for consumido imediatamente, ele deve ser guardado na geladeira, ao invés do bom e velho armário de louças, e a sua ingestão deve ser controlada. Isso porque, segundo os fabricantes, comer mais do que três Jellowares por dia pode trazer prejuízos à saúde, já que o ágar-ágar possui propriedades laxativas.

Quem não quiser correr o risco de passar o resto do dia no banheiro ou estiver de regime, não precisa comer o copo: o Jelloware é biodegradável e, por isso, segundo os fabricantes, pode ser enterrado em qualquer área verde, que se transformará em adubo para as plantas. Boa ideia ou não?

Fonte: Superinteressante

terça-feira, 3 de maio de 2011

Anfíbios - Os mestres da adaptação podem desaparecer

Eles são campeões na capacidade de adaptação, mas mesmo assim estão em perigo. Os anfíbios apareceram na Terra antes dos dinossauros, há 360 milhões de anos, sobreviveram a eles, viveram sob climas diferentes, superaram catástrofes naturais e continuaram a se multiplicar enquanto outros ramos da vida se extinguiam. Mas, agora, parece que estão perdendo a luta pela permanência no planeta. Populações e espécies desse grupo de animais vêm escasseando, estão sob ameaça de extinção ou até mesmo desapareceram. Segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), divulgados em novembro do ano passado, os anfíbios são a classe de vertebrados mais ameaçada de extinção.

Os números constam da Lista Vermelha da IUCN, considerada a avaliação mais conceituada e séria sobre o estado dos organismos que vivem na Terra. Das 47.600 espécies que fazem parte da lista, cerca de 18 mil correm sério risco de extinção, e dessas nada menos do que 30% correspondem a anfíbios. Das 6.200 espécies desse grupo relacionadas na Lista Vermelha, por volta de 1.900 estão em perigo de extinção – 33 das quais no Brasil. “No mundo, 37 já foram extintas e duas não vivem mais na natureza, sendo representadas por apenas alguns indivíduos em cativeiro”, conta a bióloga Vanessa Verdade, da Universidade de São Paulo (USP). “No nosso país, a única espécie considerada extinta é a Phrynomedusa fimbriata (perereca-verde).”

Para quem vê sapos, rãs e pererecas – os anfíbios mais conhecidos como bichos asquerosos e repugnantes, que não despertam a mesma simpatia que os micosleões-dourados e as ararinhas-azuis, pode parecer descabida a preocupação com o declínio ou a extinção desses animais. Quem pensa assim comete um engano. Eles são importantíssimos para a preservação do meio ambiente.

Os anfíbios são um grupo de vertebrados que se divide em três ordens: anuros (sapos, rãs e pererecas), urodelos (salamandras) e gimnofi onos (cecílias ou cobras-cegas). Em alguns ecossistemas eles figuram como os vertebrados mais abundantes. São predadores de insetos, peixes, aves e mesmo pequenos mamíferos, enquanto servem de alimento para muitos outros grupos de animais. Sua ausência poderia interromper o funcionamento da teia alimentar em qualquer ponto, levando ao desequilíbrio ecológico e a perdas de outras espécies. Sem eles, também aumenta o número de mosquitos transmissores de doenças, como o da dengue, o Aedes aegypti. “Além disso, os anfíbios são bons indicadores ambientais por serem extremamente sensíveis e sofrerem os efeitos da degradação dos hábitats naturais mais cedo do que outros organismos”, explica a bióloga e herpetologista Paula Cabral Eterovick, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). “Assim, o que está acontecendo com eles serve de aviso para nós”, diz Paula.

ESTÃO EXTINTAS 37 ESPÉCIES DESSES ANIMAIS;
2 SOBREVIVEM EM CATIVEIRO

Tão importantes quanto a indicação de desequilíbrios ambientais são os benefícios diretos que esse grupo de animais pode trazer ao homem. Eles representam um estoque ainda pouco divulgado de produtos farmacêuticos novos. Centenas de substâncias químicas já foram isoladas da pele de anfíbios, algumas das quais estão sendo utilizadas no tratamento de queimaduras e de várias doenças. “São conhecidos compostos produzidos por anfíbios com atuação bactericida e fungicida e outros que podem ser utilizados como anticoncepcionais, contra males cardíacos e úlceras gástricas, e como controladores de pressão arterial”, diz Vanessa. “Sem os anfíbios, perde-se qualidade ambiental e a cura potencial de muitos males humanos.”

DESTRUIÇÃO DE HÁBITATS, CHUVA ÁCIDA E
INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS
ESTÃO ENTRE OS FATORES QUE CAUSAM
O DECLÍNIO OU A EXTINÇÃO DE ANFÍBIOS

O desaparecimento dos anfíbios não começou ontem, no entanto. O problema foi discutido pela primeira vez no I Congresso Mundial de Herpetologia, realizado na Inglaterra, em 1989. Ali, cientistas de diversos países relataram suas observações a respeito da diminuição de algumas populações desses animais. “O fenômeno está ocorrendo praticamente no mundo inteiro”, explica Paula. “A maior parte dos casos, no entanto, tem sido registrada em regiões tropicais montanhosas.”

De acordo com o herpetologista Sergio Potsch de Carvalho e Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), hoje os casos mais comuns de diminuição de populações ocorrem nas Américas, na Europa e na Austrália. “O fenômeno é mais acentuado na Austrália e nas Américas, principalmente na América Central e no Caribe”, afirma. “Relatos de declínio são mais frequentes em espécies de médio e grande porte e que vivem em grandes altitudes.”

Aos poucos, o esforço da comunidade científica internacional para determinar o que tem provocado o declínio (ou mesmo a extinção) de muitas espécies de anfíbios começa a dar resultados. “Há diversas causas possíveis”, diz o biólogo Andrés Merino-Viteri, da Pontifícia Universidade Católica do Equador (Puce) e autor de uma tese sobre os motivos do desaparecimento, em seu país, de algumas espécies de anfíbios dos Andes. “Entre elas estão a destruição de hábitats, provocada pelo homem, e a chuva ácida, causada pela poluição do ar; inseticidas, herbicidas, fungicidas e resíduos industriais são outros fatores que agravam o problema. A introdução de espécies exóticas em ambientes onde vivem anfíbios também é uma das causas da diminuição e extinção de sapos, rãs e pererecas.”

Mais recentemente vem ganhando importância nessa história outro vilão: o fungo Batrachochytrium dendrobatidis, cuja proliferação tem sido favorecida pelo aquecimento global. Ele já foi detectado em todos os continentes, menos na Antártida, e está por trás do declínio de dezenas de espécies de anfíbios no mundo. “Hoje começamos a entender como o fungo é capaz de matar os anfíbios”, diz Vanessa. “Ele causa uma doença chamada quitridiomicose, que altera a capacidade da pele de fazer o balanço de íons. As concentrações no sangue se alteram e o animal acaba morrendo de ataque cardíaco.”

Um dos objetivos dos cientistas que investigam as causas do declínio na população de anfíbios é reverter esse fenômeno, embora não se saiba se isso é possível. “Infelizmente, ainda não há muito que se possa fazer, pois as doenças e o clima não são controláveis por completo”, lamenta Merino-Viteri. “Em alguns casos, só é possível proteger os ecossistemas e, em outros, mais extremos, manejar populações de anfíbios em laboratório, onde se podem curar doenças e mantê-los em condições ambientais adequadas.” Para o especialista, o certo é que é preciso investir mais em pesquisas, até que se consiga entender o que está acontecendo. Só assim será possível tentar reverter a situação ou mitigá-la.

domingo, 1 de maio de 2011

Geração de resíduos aumenta em 2010, mas reciclagem continua estacionada

O último Panorama da Resíduos Sólidos no Brasil antes da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) mostrou que enquanto a geração de resíduos aumentou em 7% de 2009 a 2010, a destinação final adequada, a coleta seletiva e a reciclagem praticamente estacionaram, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) divulgados no dia 26 de abril de 2011.

“Esta é uma fotografia da situação antes da lei,” explicou o diretor executivo da entidade Carlos Vieira da Silva Filho. “Agora temos que pensar nos resíduos como recursos e a aplicação das melhores tecnologias disponíveis num planejamento estratégico intersetorial, pois não existe solução isolada”.

Segundo o levantamento feito em 2010, a destinação de resíduos para aterros sanitários atingiu 57,6% de todos as 54,2 milhões de toneladas coletadas no país. Isto se compara com 56,9% das 50,3 milhões de toneladas coletadas em 2009. Ou seja, enquanto a quantidade de resíduos urbanos coletados aumentou 7,7% no período em comparação, a quantidade destinada corretamente aumentou menos de 1%.

DESTINO INADEQUADO

O resto, 42,4%, ou 22,9 milhões de toneladas foram destinadas para aterros controlados ou lixões em 2010 comparados como 43,2% e 21,7 milhões de toneladas.

Do mesmo jeito, o panorama também deixou evidente o descompasso entre o aumento dos resíduos coletados e programas de coleta seletiva. Os 7,7% de aumento se comparam a um aumento de exatos 1% no número de municípios que têm algum programa de coleta seletiva que, em 2009, eram 56,6% dos 5565 município e, em 2010, 57,6% de todos os municípios.

Além disso, dados de entidades industriais também mostraram que nos setores de plástico, papel, alumínio e vidro não houve aumento significativo na quantidade reciclada. Nos últimos três anos, o Brasil reciclou apenas 19% de todos os plásticos, 46% do papel, 35% do alumínio (apesar de ser líder em reciclagem de latinhas) e 47% do vidro. Isto tudo apesar do crescimento do PIB que não só aumentou a produção destes materiais – a maioria usada em embalagens – seguindo o aumento do consumo por causa do crescimento econômico.

“Fica claro que o aumento na geração de resíduos segue o aumento na renda e em dois anos a geração de resíduos aumentou 15%”, lembrou Vieira.

Em 2010, o crescimento de 7% do PIB para cerca de R$3,5 trilhões, e o crescimento populacional de cerca de 1% elevou a geração de resíduos urbanos por habitante no país para 378kg, um aumento de 6,3% dos 359Kg gerados em 2009 (o total de resíduos sólidos urbanos gerados em 2010 foi de 60,9 milhões de toneladas, comparado com 57 milhões em 2009).

Apesar de ainda estarmos bem aquém dos cerca de 700Kg de resíduos gerados por habitante por ano em países desenvolvidos, é um crescimento que revela um descompasso entre as políticas públicas de gerenciamento de resíduos e o aumento de bem estar da população.

Para o executivo Abrelpe, a razão é clara: falta investimento público no setor de limpeza publica, coleta e destinação final.

TAXA DO LIXO

“Segundo nosso levantamento o investimento per capita de cada brasileiro está em R$9,95 por mês,” afirmou. “Isto é e pouco e inadequado principalmente quando compararmos com o quanto se gasta em outros serviços públicos como saúde, saneamento básico e até com o quanto cada cidadão gasta por mês em telefonia celular”.

Este fato fica mais evidente quando se vê que os municípios menores, com até 50 mil habitantes, 61% não têm qualquer programa de coleta seletiva. Entre as metrópoles com mais 500 mil habitantes, 8% não implementaram qualquer programa de coleta seletiva.

Este é um setor que emprega cerca de 300 mil pessoas e gira anualmente R$19 bilhões, ou seja cerca 0,5% do PIB.

No entanto, segundo Vieira, a implementação das PNRS deve começar a mudar este cenário já que impõe a obrigatoriedade aos municípios a terem planos de gestão de resíduos, força as indústrias a se responsabilizar pelos resíduos gerados pós-consumo e abre espaço para cobrança pelo serviço de limpeza urbana.

Para ele, isto indica a implementação de novas tecnologias de reciclagem, compostagem e até de geração de energia. No entanto, segundo o executivo, o primeiro passo é começar a cobrar pelos serviços adequadamente, o que aumenta a demanda por serviços de reciclagem.

“Onde é adequadamente feita a cobrança, há redução na geração porque atinge as pessoas diretamente no bolso,” disse.

Fonte: Revista Sustentabilidade