quarta-feira, 20 de abril de 2011

Impactos das mudanças climáticas no RJ são inevitáveis

As noites fluminenses estão muito mais quentes, a quantidade e a intensidade das chuvas no Estado do Rio de Janeiro aumentaram consideravelmente e, de acordo com o estudo Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana do Rio de Janeiro, apresentado hoje, no Palácio da Cidade, para a imprensa, especialistas e autoridades do RJ, não se trata de uma "maré de azar passageira": o agravamento das mudanças climáticas está deixando as cidades da região metropolitana desse estado cada vez mais vulneráveis aos problemas ambientais e a tendência é esse cenário piorar. 

Assim, nos próximos dez ou, no máximo, trinta anos, as mais de 11,5 milhões de pessoas que moram nos municípios metropolitanos do Rio de Janeiro terão, inevitavelmente, que aprender a conviver com: 
- chuvas mais intensas e frequentes; 
- temperaturas mais elevadas; 
- ondas de calor mais longas e 
- aumento do nível do mar. 

Mas nenhuma dessas alterações resultará em grandes crises para a população e a infraestrutura das cidades fluminenses, desde que medidas de mitigação e adaptação sejam adotadas o mais rápido possível. "A humanidade tem decisões muito importantes para tomar nesse momento. Está em nossas mãos escolher se o planeta aquecerá 2 ou 6ºC e se os impactos das mudanças climáticas, que já são inevitáveis, serão contornados ou acabarão afetando serviços fundamentais para o bem-estar da população, como esgotamento sanitário, abastecimento e drenagem de água e coleta e tratamento de lixo", explica Sérgio Besserman Vianna, economista, ambientalista e um dos porta-vozes do estudo, realizado e coordenado pelo Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espacial e pelo Nepo - Núcleo de Estudos de População, da Unicamp, com o apoio da Embaixada Britânica no Brasil.

Segundo ele, para que a população da região metropolitana do Rio de Janeiro - assim como os habitantes de todas as outras cidades do planeta - possa se adaptar bem aos efeitos das alterações climáticas, são necessárias três medidas imediatas: 
  • produção de conhecimento a respeito do monitoramento, impacto e combate das mudanças climáticas; 
  • internalização desse conhecimento pelo corpo técnico responsável pela estrutura das cidades, como prefeituras e empresas envolvidas nas obras públicas e 
  • incentivo à gestão política integrada de todos os municípios da região. "Afinal, a natureza ignora a fronteira física entre a cidade do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias, por exemplo. Ou seja, traçar um planejamento para acabar com o problema em, apenas, um município é jogar dinheiro fora, porque as cidades estão todas interligadas. O problema que afeta uma delas, inevitavelmente, acabará afetando as outras", salienta Besserman. 


Paulo Gusmão, doutor em Geografia da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em mudanças climáticas, também é porta-voz do estudo e enfatiza as palavras do economista: "As cidades só conseguirão enfrentar as mudanças climáticas se tiverem atuação local e, também, regional.

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