Com um investimento que varia de R$ 200 a R$ 2 mil - o valor vai depender do volume de grãos que o produtor beneficia - os produtores de café poderão transformar em solução um dos grandes problemas de suas propriedades: a reutilização da água residual do café despolpado. Além de reduzir o consumo de água, será possível e usá-la para fertilizar lavouras.
As experiências com o tratamento e destinação das águas residuais são desenvolvidas há oito anos na Fazenda Experimental do Incaper, em Venda Nova do Imigrante, pelo pesquisador do instituto, Aldemar Polonini Moreli e sua equipe. Os resultados dessa tecnologia são muito bons e estão sendo levados aos produtores de café.
As águas residuais que acumulam nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, se devolvidas aos mananciais - o que é proibido pela legislação ambiental - poluem o meio ambiente. Segundo Polonini, as águas residuais são o segundo contaminante ambiental, perdendo apenas para os dejetos de granjas de suínos.
De acordo com o pesquisador, a água residual do café causa impacto ao meio ambiente devido à alta quantidade de sólidos suspensos, açúcares e outros. Essa mesma água que polui, entretanto, pode ser utilizada para a fertirrigação de lavouras diversas, transformando o prolema dos produtores em solução para as propriedades.
Hoje, no Estado, existem 130 unidades de processamento de café implantadas. E, além do uso da água residual para a adubação das lavouras, o Incaper está disponibilizando para os produtores a tecnologia da reutilização da água, que contribuirá para a preservação dos recursos hídricos nas propriedades.
Para o despolpamento de um litro de café, o consumo médio de água é de 4 a 5 litros. Se os produtores fizerem 470 mil sacas de café serão gastos em torno de 1 milhão de m3 de água. E a tendência é aumentar a cada ano o processamento do produto, uma tecnologia que os agricultores utilizarão cada vez mais para melhorar a qualidade do café.
Com a adaptação na estrutura dos equipamentos já montados, explica Polonini, é possível a redução para 2,2 litros de água no processamento de um litro de café. Com a recirculação da água, o consumo cai para 530 ml de água. Ou seja, cerca de meio litro de água para o processar um litro de café.
"Hoje temos tecnologia para gastar apenas meio litro de água para o processamento de um litro de café", explica o técnico do Incaper. Ele conta que a reutilização da água, comprovadamente, não interfere na qualidade do produto.
As adaptações nas unidades processadoras de café, segundo Polonini, são fáceis de serem feitas e podem ser instaladas em um ou dois dias. O produtor interessado em fazer as adaptações para a redução do consumo de água, ou mesmo para a reutilização das águas residuais pode buscar as informações no Incaper. Nas próxima semana deverá estar disponível no site da Embrapa o modelo da unidade de reutilização de águas residuais.
Motivos para aderir à técnica
- Nutrição
A água residual do café é um fertilizante com grande potencial de nutrição do solo.
- Custos
Caso seja utilizada na nutrição do solo, a água residual contribui para reduzir os custos na propriedade.
- Solução
Se for devolvida aos mananciais sem tratamento ou com tratamento incorreto á água residual gera problemas ao meio ambiente. Se utilizada para a nutrição do solo, agrega valor à propriedade.
- Adubo
20 litros de água residual por metro quadrado equivale a uma adição de 105 quilogramas/ha de sulfato de amônia e 75 quilogramas/ha de cloreto de potássio.
- Produtividade
Estudos demonstraram que uma área plana irrigada com água residual do café representou aumento de 30% na produtividade do milho plantado dois anos após a irrigação.
- Capacidade
A capacidade da maioria das unidades de processamento de café instaladas no Estado é para o processamento de 10 mil litros de café por dia.
- Custo
Varia de R$ 200 a R$ 2 mil o custo para adaptação das unidades processadoras de café.
Fonte: A Gazeta
Fonte: A Gazeta
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