Para marcar o Dia Internacional de Protesto contra a Experimentação Animal e a Vivisecção, o grupo Cadeia Para Quem Maltrata os Animais realizou, neste sábado, manifestação em frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília. Distribuindo cartazes e folhetos e vestindo máscaras e jalecos, os manifestantes procuraram conscientizar a população para a necessidade de abolir a uso de animais em experimentos científicos.
Segundo a organização, já são desenvolvidas tecnologias para pesquisas médicas e científicas que usam análises computadorizadas e simuladores. O grupo defende que essas técnicas alternativas têm a vantagens de ser elaboradas a partir do organismo humano, podendo, portanto, obter resultados mais rápidos e precisos.
A coordenadora da manifestação, Patrícia Elmoor, estima que cerca de 100 pessoas participaram do protesto em Brasília. Ela admite que abolir o uso de animais em pesquisas pode ser "um sonho", que necessita de vontade pública para ser alcançado, mas acredita que é possível conscientizar os consumidores para que não usem produtos que sejam desenvolvidos a partir de experimentos com animais.
Foram realizadas também manifestações em cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Campinas. As informações são da Agência Brasil.
Vivissecção e Testes com animais
A utilização de animais em cirurgias e experimentos nos cursos de medicina, medicina veterinária, biologia, psicologia e odontologia, dentre outros, é uma prática ainda comum no Brasil. Cães, gatos e outras espécies (cavalos, coelhos, camundongos...) são submetidos a cirurgias e testes, na maioria das vezes dolorosos, sob o pretexto de "ensino didático" ou "pesquisa científica".
Os procedimentos são indescritíveis e é preciso ter coragem para conhecer detalhes e ver fotos dos animais submetidos a tal crueldade.
E qual é a procedência dos animais? Cães e gatos, vira-latas ou de raça, que foram abandonados por seus donos ou encontrados vagando pelas ruas. Eles aguardam o sacrifício nos centro de zoonoses e são vendidos por algumas prefeituras às universidades... Estressados e muito assustados, são enviados aos institutos de ensino para servirem de cobaias em aulas práticas. Alguns são operados e mortos em seguida... Outros são colocados em canis ou gatis, em condições precárias, sem assistência adequada no pós-operatório (analgésicos, principalmente), onde ficam aguardando uma próxima cirurgia ou experimento. Sofrem pelo..."bem da ciência"?
Em muitos países da Europa e Estados Unidos, os experimentos com animais, assim como seu uso didático foi abolido. No Brasil, embora exista uma lei que os proteja, os animais ainda continuam a ser utilizados.
A lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Meio ambiente e ecologia), é bem clara: "Incorre nas mesmas penas (detenção de 3 meses a um ano, e multa) quem realiza experiências dolorosas ou cruéis em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos." E existem alternativas!!!
Segundo a ONG Arca Brasil, A Faculdade de Medicina Veterinária da USP já não utiliza animais vivos em suas aulas de técnica cirúrgica. Em vez disso, utiliza cadáveres, especialmente preparados, de animais que tiveram morte natural em clínicas e hospitais veterinários. E os alunos também praticam cirurgias de castração em cães e gatos levados pelos proprietários. Isso sem falar nos recursos substitutivos que envolvem modelos e manequins simuladores, filmes e vídeos interativos, simulação computadorizada e realidade virtual; auto-experimentação e estudo em humanos; uso responsável de animais; estudos in vitro e experimentos com plantas e observação e estudo em campo.
Se existem alternativas, não há razão para se continuar utilizando animais em experimentos. Luta-se hoje para que seja banida a prática de vivissecção nas escolas de ensino e que seja de conhecimento público as empresas que utilizam animais como cobaias na indústria farmacêutica e cosmética, através de especificação no rótulo dos produtos. Assim, é possível o boicote às empresas que ainda utilizam práticas cruéis contra os animais.
Fonte: G1 e Web Animal
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